Apresentação do Journey no Rock in Rio de 2023 decepciona e faz banda parecer de covers

Apresentação do Journey no Rock in Rio de 2023 decepciona e faz banda parecer de covers

Uma Noite de Expectativa e Desapontamento

No último sábado, 15 de setembro, o Rock in Rio foi palco de uma apresentação que deixou muitos fãs insatisfeitos. A banda americana Journey, conhecida por sucessos que marcaram os anos 80, subiu ao palco principal com o vocalista Arnel Pineda, mas o show não correspondeu às altas expectativas. Pineda foi descoberto pelo grupo em 2007 após um vídeo no YouTube no qual ele fazia covers das músicas da banda, e desde então assumiu a difícil tarefa de substituir o icônico Steve Perry.

A performance começou morna e, rapidamente, os presentes perceberam que algo estava fora do lugar. O entusiasmo comum em shows de grandes bandas parecia ter ficado de fora daquela noite. Apesar da evidente dedicação de Pineda, que se esforçou ao máximo para interagir com a plateia e entregar vocais potentes — embora muitas vezes forçados — o resultado foi aquém do esperado. Era como se o Journey estivesse apenas replicando seus antigos sucessos, sem a energia e autenticidade que os caracterizaram nas décadas passadas.

O Peso do Passado

Para entender melhor a situação atual da banda, é importante voltar no tempo. O Journey foi uma das bandas de rock mais influentes dos anos 80, com hits que ainda hoje são instantaneamente reconhecidos. Sob a liderança de Steve Perry, alcançaram um sucesso estrondoso. Porém, após um hiato iniciado em 1987 e uma breve reunião em 1995, Perry deixou a banda de forma definitiva em 1998, e a partir daí o desafio de encontrar um substituto à altura se tornou uma constante.

Pineda trouxe uma renovação ao grupo, e por alguns anos conseguiu conquistar o público. No entanto, a apresentação no Rock in Rio destacou uma realidade que talvez muitos fãs não queriam aceitar: a magia original do Journey pode ser difícil de ser recriada. Os momentos altos durante o show foram esporádicos, com a plateia reagindo de forma mais calorosa apenas quando hits clássicos como 'Don’t Stop Believin'' e 'Anyway You Want It' foram tocados nos minutos finais.

Tentativas de Conexão com o Público

Os membros da banda, cientes da importância do festival e do público brasileiro, tentaram de várias maneiras cativar a audiência. Usando camisas da seleção brasileira e exibindo bandeiras do Brasil, esperavam criar uma conexão especial. Infelizmente, esses gestos, por mais simpáticos que fossem, não foram suficientes para compensar a falta de vigor musical.

Outros membros também contribuíram para essa impressão de falta de energia. Neil Schon, o guitarrista líder e único membro constante desde a formação original, parecia menos dinâmico do que em performances anteriores. Mesmo com sua habilidade técnica inquestionável, o conjunto da apresentação não conseguiu reviver os gloriosos dias de sua carreira.

Desafios na Modernidade

O caso do Journey não é isolado. Muitas bandas que experimentaram a fama em décadas passadas enfrentam desafios semelhantes ao buscar se manter relevantes na era moderna. A substituição de membros-chave, em especial vocalistas com forte ligação emocional ao público, é uma tarefa árdua. Fãs nostálgicos esperam vivenciar novamente a mesma emoção, mas as mudanças naturais ao longo dos anos tornam praticamente impossível replicar a experiência original.

Ademais, a indústria musical como um todo também mudou. O consumo de música é diferente, os shows são produzidos de maneira distinta e a competição por atenção é mais acirrada. Bandas como o Journey têm que lutar não apenas contra suas próprias histórias, mas também contra um mercado repleto de novos talentos e sonoridades inovadoras.

Reflexões Finais

A apresentação do Journey no Rock in Rio de 2023 serve como um lembrete das complexidades envolvidas na longevidade de uma banda. Eles fizeram o possível para trazer aos fãs uma experiência memorável, mas fator nostalgia muitas vezes joga contra quando a realidade não atende às expectativas criadas em torno de lendas do rock. Ainda assim, é importante reconhecer o esforço e dedicação de Arnel Pineda e dos demais membros, que continuam a levar a música do Journey a novas gerações.

Se o futuro da banda será mais brilhante ou se continuarão a lidar com críticas mistas, só o tempo dirá. No entanto, a paixão dos músicos é evidente, e isso, por si só, é digno de aplausos. Resta agora aos fãs mais devotos manter viva a chama do que um dia foi o grandioso Journey, e a banda, por sua vez, continuar a buscar formas de se reinventar sem perder a essência que os levou ao topo das paradas musicais tantas décadas atrás.

16 Comentários

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    leonardo almeida

    setembro 17, 2024 AT 08:48
    Essa banda tá vivendo de glória passada. Arnel Pineda faz o possível, mas não adianta. O Journey não é mais Journey sem Steve Perry. É um cover com luzes e efeitos sonoros. O Rock in Rio deveria ter contratado uma banda que ainda tem algo a dizer.
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    Maycon Mansur

    setembro 19, 2024 AT 04:40
    Claro. Toda banda que não é perfeita é um fracasso. E o público brasileiro? Não sabe distinguir música de nostalgia. O povo aplaudiu como se fosse o último show da humanidade.
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    Maycon Ronaldo

    setembro 20, 2024 AT 00:14
    Vale lembrar que o Journey tá há quase 50 anos nesse jogo. Arnel entrou em 2007 e desde então ele carrega o peso de ser o cara que substituiu um ícone. E ele faz isso com humildade, sem reclamar, sem fingir que é Steve Perry. O vocal dele tá mais forte que o de muitos jovens de 20 anos hoje em dia. A banda tá velha, sim, mas o esforço tá lá. O público tá mais velho também. Ninguém espera que um velho guerreiro corra como um garoto. Só quer que ele ainda cante com alma. E ele canta. Mesmo com o som meio apagado, mesmo com a energia que parece ter sido roubada pelo tempo. O que a gente tá vendo é uma banda que ainda ama o que faz, mesmo que o mundo tenha esquecido o que ela foi. E isso, meu amigo, é mais valioso do que qualquer show perfeito.
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    Gih Maciel

    setembro 20, 2024 AT 22:04
    A música não morre. Só muda de forma. O Journey tá aí pra mostrar que a paixão importa mais que a perfeição. Vai lá e curte o que tá sendo oferecido. Não precisa ser o passado. Pode ser o presente.
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    Luma Eduarda

    setembro 22, 2024 AT 05:12
    Que vergonha nacional! Uma das maiores bandas da história do rock sendo apresentada como se fosse um show de cover em um bar de bairro! O Brasil não tem mais condições de receber artistas de peso? O que aconteceu com o nosso orgulho? Eles usaram camisa da seleção como se fosse um disfarce! Isso é desespero, não respeito!
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    Carols Bastos

    setembro 22, 2024 AT 23:12
    Eu fui no show, e mesmo com todas as críticas, fiquei emocionado. Não é o Journey dos anos 80, mas Arnel tem uma voz que consegue tocar o coração. E o público? Tava cantando junto como se fosse a última vez. A música tem esse poder. Ela não precisa ser perfeita pra ser verdadeira. E o que a gente tá perdendo é a chance de valorizar quem ainda tenta, mesmo sabendo que nunca vai ser suficiente. Ainda assim, eles tentam. E isso merece respeito.
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    Helbert Rocha Andrade

    setembro 23, 2024 AT 19:50
    É só um show. Não é o fim do mundo. A banda tá aí, tocando. O público tá aí, cantando. O resto é nostalgia.
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    Leandro Bordoni

    setembro 25, 2024 AT 16:24
    Será que a gente não está exigindo demais? O Journey não é um grupo de jovens. É uma banda que viveu décadas. Arnel não é Steve Perry. Mas ele é Arnel. E ele canta as músicas com o que tem. Talvez o problema não seja a banda. Talvez seja a gente, que não consegue aceitar que o tempo passa.
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    Edson Hoppe

    setembro 26, 2024 AT 15:17
    O Brasil tá se tornando um país de críticos sem alma. Eles foram lá, tocaram, tentaram. E aí? O que você fez hoje? Seu show foi melhor? Não? Então cala a boca e canta junto.
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    Ricardo Frá

    setembro 28, 2024 AT 10:30
    Acho que o problema não é o Journey. O problema é que a gente cresceu. A gente não quer mais ouvir só os clássicos. A gente quer novidade. Mas a banda tá presa no passado. Eles não estão tentando reinventar. Eles estão tentando sobreviver. E isso é triste. Mas é real. A música mudou. O mundo mudou. E o Journey tá lá, tentando encaixar um pedaço do passado num presente que já não quer mais ele. Eles não são ruins. Só estão no lugar errado. No tempo errado. E o público? O público tá lá porque quer lembrar. Não porque quer ouvir algo novo. E isso é o que mais dói.
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    Marcia Bento

    setembro 29, 2024 AT 19:14
    EU AMO O JOURNEY! E SE ELES NÃO TÃO TÃO BONS COMO ANTES? TÁ BOM! ELES AINDA ESTÃO AÍ! ELES AINDA TOCAM! ELES AINDA FAZEM GENTE CANTAR COM A BOCA CHEIA DE LÁGRIMAS! ISSO É MAGIA! NÃO PRECISA SER PERFEITO PRA SER PODEROSO!
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    Bárbara Sofia

    setembro 30, 2024 AT 22:23
    Eu chorei. Não por causa da música. Porque eu lembrei de quando eu tinha 15 anos e ouvia Don’t Stop Believin’ com meu pai. E agora ele tá morto. E eu tô aqui. E a banda tá aí. E eu tô sozinho. E isso dói mais do que qualquer nota errada.
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    Wallacy Rocha

    outubro 2, 2024 AT 11:32
    Essa banda tá usando o Rock in Rio como um túmulo ambulante. O que eles fizeram foi um show de nostalgia. Nada mais. E o público? Tá enterrado no passado. O que a gente precisa é de novos sons. Não de fantasmas.
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    Camila Mac

    outubro 3, 2024 AT 07:15
    Tudo isso é uma farsa. O Rock in Rio tá sendo controlado por corporações que querem lucrar com nostalgia. O Journey tá aí porque é barato. O público tá aí porque foi programado. Eles não querem música. Querem memória. E a indústria tá vendendo isso como arte. É um golpe. Um golpe bem feito. Mas um golpe.
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    Andrea Markie

    outubro 5, 2024 AT 02:48
    Essa apresentação foi um funeral disfarçado de concerto. Arnel Pineda não é um vocalista. É um fantasma. Um fantasma que tenta vestir a pele de um deus. E o público? O público não está aplaudindo. Está rezando. Rezando para que o passado volte. Mas o passado não volta. Só a dor fica.
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    Joseph Payne

    outubro 5, 2024 AT 03:13
    A música é um espelho. E o Journey, nesse momento, reflete o que a gente não quer ver: que o tempo não perdoa. Que a juventude se vai. Que os ícones se tornam lendas. E as lendas, um dia, se tornam sombras. O que estamos presenciando não é um fracasso. É uma verdade. Dolorosa. Mas verdadeira. A banda não falhou. A gente é que não conseguimos aceitar que o que foi, não é mais. E talvez, só talvez, o maior erro não seja da banda. Mas nosso desejo de eternizar o efêmero.

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