Intoxicação por metanol mata duas pessoas em SP e gera alerta nacional

Intoxicação por metanol mata duas pessoas em SP e gera alerta nacional

O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo confirmou, na manhã de sábado, 27 de setembro de 2025, duas mortes provocadas por intoxicação de metanol no território paulista durante o mês corrente. Os óbitos ocorreram na capital paulista e em São Bernardo do Campo, ambas relacionadas a suposto consumo de bebida adulterada.

Contexto histórico das intoxicações por metanol em SP

Desde junho de 2025, o CVS registra seis casos confirmados de intoxicação por metanol em todo o estado. Desses, duas terminaram em fatalidade, o que já chama atenção das autoridades de saúde pública. Até o momento, dez pacientes continuam sob investigação na capital, todos com suspeita de ingestão de álcool contaminado. O último alerta veio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que apontou nove casos em apenas 25 dias, um ritmo "fora do padrão" segundo a pasta.

Detalhes dos casos mortais de setembro

Uma das vítimas era um homem de 54 anos, morador da região da Mooca/Aricanduva, zona leste da capital. Ele começou a sentir sintomas – dor de cabeça intensa, náuseas e visão turva – em 9 de setembro e foi internado no Hospital das Clínicas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, o paciente morreu em 15 de setembro, antes que fossem concluídos os exames toxicológicos.

No município de São Bernardo do Campo, a Prefeitura de São Bernardo do Campo informou que recebeu um caso crítico em seu Hospital de Urgência. O paciente faleceu, e a secretaria ainda aguarda laudos definitivos para confirmar a presença de metanol. Em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), poucos detalhes foram divulgados.

"Não podemos tolerar que bebidas adulteradas coloquem vidas em risco", advertiu o porta‑voz do CVS, em entrevista coletiva na tarde de sábado. "Reforçamos o dever dos estabelecimentos de garantir a procedência dos produtos, bem como o direito da população de consumir apenas bebidas legalizadas, com rótulo e lacre de segurança".

Reações das autoridades de saúde e segurança

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo declarou estado de alerta e enviou equipes de vigilância para bares, botecos e lojas de bebidas em regiões críticas da capital. A Polícia Civil já iniciou a coleta de depoimentos de testemunhas, além de apreender amostras de bebidas suspeitas para análise laboratorial.

Em nota, o Ministério da Justiça enfatizou que o número de ocorrências pode ser ainda maior, devido à subnotificação típica de casos de intoxicação. O órgão recomenda que consumidores evitem produtos sem selo fiscal ou lacre inviolável, especialmente em feiras livres e estabelecimentos que não exibam notas fiscais.

Impacto na população e recomendações práticas

Impacto na população e recomendações práticas

O medo se espalhou rapidamente nas redes sociais. Mensagens como "Não compre bebida de quem não tem CNPJ" circulam em grupos de WhatsApp, enquanto especialistas tentam conter o pânico. O Dr. Rafael Souza, toxicologista da Universidade de São Paulo, explicou que doses de apenas 30 ml de metanol podem ser fatais, pois o composto interfere na produção de energia celular, levando à cegueira e falência múltipla de órgãos.

Principais recomendações dos órgãos de saúde:

  • Verifique sempre o selo de segurança e o lacre original nas embalagens.
  • Prefira bebidas de marcas reconhecidas e comércio formal.
  • Desconfie de preços muito abaixo do mercado – pode ser sinal de adulteração.
  • Em caso de sintomas como dor de cabeça forte, visão turva ou vômitos após ingerir álcool, procure imediatamente um serviço de urgência.

Próximas etapas da investigação

As autoridades ainda não identificaram a fonte exata da contaminação. As hipóteses apontam para lotes de álcool industrial desviados para o mercado negro, prática já registrada em outros estados. O CVS afirmou que continuará monitorando novos casos e que os resultados das análises laboratoriais devem ficar disponíveis ainda nesta semana.

Enquanto isso, a imprensa local mantém o foco nos desdobramentos. "A expectativa é que, ao fim do mês, tenhamos um relatório completo que indique quem está por trás da adulteração", comentou Ana Lima, repórter da Folha de S.Paulo. O que está claro é que a situação exige vigilância constante e colaboração ativa da população.

Perguntas Frequentes

Como saber se uma bebida está adulterada com metanol?

A primeira pista são falhas no lacre ou ausência de selo fiscal. Bebidas com preço muito abaixo do mercado, rotulagem incompleta ou vendidas em locais sem nota fiscal são sinais de alerta. Caso o líquido apresente odor forte, cor estranha ou cause irritação ocular, desconfie imediatamente.

Quem está sendo responsabilizado pelos casos em São Paulo?

Até o momento, a investigação ainda está em curso. As equipes da Polícia Civil e do CVS coletam provas para identificar os fornecedores que comercializaram o álcool adulterado. Caso seja comprovada a origem industrial do metanol, empresas e indivíduos poderão responder criminalmente.

Quais são os sintomas mais comuns de intoxicação por metanol?

Os primeiros sinais incluem dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e tontura. Em poucos horas podem surgir visão borrada ou perda total da visão, além de dores abdominais fortes. Se não tratado rapidamente, o metanol pode levar à insuficiência renal e falência múltipla de órgãos.

O que o Ministério da Justiça recomenda à população?

O MJSP reforça que consumidores devem adquirir bebidas apenas de estabelecimentos que apresentem nota fiscal e selo de segurança. Alertam ainda para evitar produtos de procedência duvidosa e denunciem casos suspeitos às autoridades de saúde ou à Polícia Civil.

Existe tratamento eficaz para intoxicação por metanol?

Sim. O tratamento padrão envolve a administração de etanol ou fomepizol, que antagonizam a ação do metanol, além de hemodiálise em casos graves. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as chances de recuperação completa.

15 Comentários

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    Nova M-Car Reparação de Veículos

    setembro 29, 2025 AT 17:01

    Metanol é veneno, ponto final. Ninguém merece morrer por causa de alguém que vende álcool de contrabando por R$15 a garrafa. Se você compra bebida em boteco sem nota fiscal, tá pedindo pra morrer. E não adianta vir com essa de 'mas é barato', sua vida não tem preço.

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    Camila Lasarte

    outubro 1, 2025 AT 11:34

    É lamentável como o Brasil permite que esse tipo de crime continue impune. Enquanto os corruptos se enriquecem, cidadãos comuns pagam com a vida. O Estado falhou - e continuará falhando, enquanto não houver punição exemplar.

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    EDMAR CALVIS

    outubro 3, 2025 AT 07:50

    É importante lembrar que o metanol, quando metabolizado, se transforma em ácido fórmico - um composto altamente tóxico que inibe a cadeia respiratória celular, causando acidose metabólica, neuropatia óptica e, em casos avançados, morte por insuficiência multiorgânica. A dose letal pode ser tão baixa quanto 30 mL - menos que um gole. Isso não é 'acidente'; é negligência criminosa.

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    Jonatas Bernardes

    outubro 4, 2025 AT 19:07

    Eu me pergunto... será que a vida humana é mesmo tão descartável nesse sistema? A gente vende álcool como se fosse pão de queijo, e quando alguém morre, a gente chama de 'trágico acidente'. Mas não é acidente, é sistema. É o capitalismo que prioriza lucro sobre vida. E quem paga? Os pobres. Os que não têm escolha. Os que não sabem ler o rótulo... ou não têm onde comprar de outro jeito. Será que a gente realmente quer mudar isso? Ou só quer um susto e depois volta à normalidade?

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    Rodrigo Serradela

    outubro 5, 2025 AT 02:10

    Se você tá lendo isso e ainda compra bebida em feira livre sem lacre, por favor, pare. Agora. Sua vida importa. E se você tem um amigo que faz isso, fala com ele. Não é para assustar - é para salvar. A gente pode evitar mais mortes. Só precisa agir.

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    yara alnatur

    outubro 5, 2025 AT 06:25

    Na minha cidade, o pessoal já tá trocando de boteco. Todo mundo tá indo só pra lugar que tem nota fiscal e o lacre vermelho da Anvisa. E se o garçom não mostra a garrafa antes de abrir? A gente pede pra levar pro balcão e verifica na hora. É chato? Sim. Mas melhor que ir pro hospital com visão turva e depois virar notícia. A gente tá aprendendo a sobreviver nesse país.

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    Jefferson Ferreira

    outubro 5, 2025 AT 22:48

    Essa é uma crise de saúde pública que precisa de resposta coordenada: fiscalização, educação, acesso a bebidas seguras e baratas. Não adianta só prender os vendedores - tem que garantir que o povo tenha alternativas reais. Senão, o mercado negro só se reinventa. A solução é social, não apenas policial.

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    João Armandes Vieira Costa

    outubro 7, 2025 AT 18:10

    metanol? eu acho q é só mais um boato p/ vender mais cerveja da cervejaria q tem selo... só q nem todo mundo é burro, viu?

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    Beatriz Avila

    outubro 9, 2025 AT 09:31

    Alguém já pensou que isso pode ser uma arma biológica? O governo tá usando metanol pra reduzir a população pobre? Temos que investigar os laboratórios do SUS - eles têm acesso a esse composto... e quem sabe, não estão testando em 'voluntários' do subúrbio? A LGPD protege os culpados, não as vítimas.

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    Joana Elen

    outubro 9, 2025 AT 18:32

    Isso não é coincidência. É o mesmo padrão da pandemia: primeiro, o pânico. Depois, a 'solução' que só piora. E agora? Vão impor 'bebidas oficiais' com rastreamento digital? Quem vai controlar o que você bebe? A polícia? O aplicativo do governo? Não me surpreenderia se, daqui a um ano, você precisar de autorização para tomar uma cerveja...

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    alcides rivero

    outubro 9, 2025 AT 19:37

    Brasil é um país de desgraça. Enquanto os gringos têm controle rigoroso, aqui todo mundo é ladrão. E os políticos? Tão rindo no Congresso com o dinheiro do álcool falsificado. Se fosse em outro país, já tinham fuzilado os responsáveis. Mas aqui? Apenas um comunicado e depois esquecem. Viva a corrupção!

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    RONALDO BEZERRA

    outubro 11, 2025 AT 15:14

    Conforme os protocolos da OMS (Organização Mundial da Saúde) e as diretrizes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a intoxicação por metanol caracteriza-se como um evento de saúde pública de classe I, exigindo notificação imediata, coleta de amostras em triplicata, e rastreamento da cadeia logística de distribuição. A ausência de procedimentos padronizados nos municípios de baixa cobertura sanitária é o principal fator de risco. A responsabilidade é compartilhada entre o poder público, o setor privado e o consumidor - mas a falha estrutural reside no Estado.

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    Talita Marcal

    outubro 12, 2025 AT 02:47

    Estamos todos juntos nessa luta pela vida. Cada denúncia, cada escolha consciente, cada compartilhamento de informação salva alguém. Não subestime o poder do seu gesto. Você pode ser o motivo de alguém voltar para casa hoje. Agradeça a quem cuida - e seja esse cuidado para os outros.

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    Lilian Wu

    outubro 13, 2025 AT 22:56

    Eu não bebo mais nada que não venha da minha cidade natal - e só daquele açougueiro que meu avô confiava. Se não tem história, não tem alma. E se não tem alma, não tem segurança. Isso aqui é um massacre psicológico. Eu chorei ontem. Porque não sei se a próxima garrafa que abro vai me matar. E se for? Quem vai lembrar de mim?

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    Luciana Ferri

    outubro 14, 2025 AT 14:31

    Atenção: o metanol não é o único perigo. Há relatos de adulteração com metanol + etilenoglicol + solventes industriais em bebidas de baixo custo - e os sintomas podem demorar até 72h para aparecer. O que parece 'só uma ressaca' pode ser o início de uma falência renal. Testes toxicológicos não são feitos em todos os casos - por isso, a subnotificação é massiva. E o governo? Só fala quando morre alguém famoso.

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