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Lula lança crédito imobiliário de até R$ 2,25 mi para classe média

Lula lança crédito imobiliário de até R$ 2,25 mi para classe média

Quando Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, participou do anúncio do novo modelo de crédito imobiliárioSão Paulo, foi acompanhado pelo Jader Filho, ministro das Cidades, e pelo Anderson Morais, diretor comercial da BRZ Empreendimentos. O governo anunciou que a Caixa Econômica Federal passará a financiar até 80% do valor dos imóveis, enquanto o Banco Central do Brasil flexibilizará o uso de depósitos compulsórios. Dados da Abrainc mostraram a queda da caderneta de poupança como fonte de crédito, passando de 70% para 32% nos últimos cinco anos.

Contexto e histórico do financiamento habitacional no Brasil

A primeira grande revolução no setor foi o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em 2009, que focou nas famílias de baixa renda. Desde então, a dinâmica mudou: a poupança, que antes alimentava 70% do financiamento habitacional, perdeu força frente a títulos como LCIs, CRIs e ao próprio FGTS. Essa mudança fez os bancos recuarem, reduzindo a oferta de crédito para quem ganha entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. A crise de liquidez ficou evidente nos relatórios da Abrainc, que apontam uma redução de R$ 150 bilhões nos recursos disponíveis para novos lançamentos.

Detalhes do novo modelo de crédito

A principal novidade é o aumento do teto máximo do imóvel financiável no Sistema Financeiro de Habitação (SFH): de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões – um salto de 50%. Além disso, a Caixa Econômica Federal retornará ao patamar de 80% de financiamento, o que significa que a entrada do comprador pode cair para menos de 20% do valor total. O governo também fixou um teto para a taxa de juros: não mais que 12% ao ano, margem que deve tornar o custo do financiamento mais previsível.

Anderson Morais explicou: "Com o novo teto e a volta dos 80%, o cliente precisa colocar menos recurso próprio na hora da compra. É algo muito significativo para quem vai adquirir o imóvel." Ele acrescentou que, ao usar recursos da poupança – que agora são mais baratos – as instituições tendem a alinhar as taxas próximas ao limite estabelecido.

Reações de autoridades e do setor

Jader Filho descreveu a medida como "a segunda revolução histórica no financiamento habitacional". Em sua fala, ressaltou que a iniciativa complementa o programa de baixa renda, preenchendo a lacuna da classe média que antes ficava à margem das políticas públicas.

Representantes da Caixa Econômica Federal confirmaram que, a partir de 2026, pretendem financiar cerca de 80 mil unidades habitacionais para famílias que ganham entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. A diretoria também sinalizou que a flexibilidade nos depósitos compulsórios, autorizada pelo Banco Central do Brasil, deve liberar recursos adicionais de cerca de R$ 30 bilhões por ano.

Impactos econômicos e projeções

Impactos econômicos e projeções

O Conselho Monetário Nacional (CMN) estimou que o novo modelo libere R$ 111 bilhões em novos financiamentos a partir de 2027. Essa injeção de crédito pode gerar até 250 mil empregos diretos e indiretos na construção civil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Além disso, a ampliação da oferta habitacional pode estimular o consumo de bens duráveis – móveis, eletrodomésticos e veículos – impulsionando o PIB.

No entanto, economistas alertam que a sustentabilidade dependerá da capacidade das instituições financeiras de manter a liquidez. Se a poupança continuar a cair, o Banco Central pode precisar ajustar os requisitos de compulsório, o que poderia elevar os custos de captação para os bancos.

Próximos passos e desafios

Para que o programa alcance o potencial anunciado, será essencial que a Caixa Econômica Federal harmonize seus processos de aprovação e que os municípios simplifiquem a emissão de alvarás. O Ministério das Cidades está preparando um conjunto de diretrizes de urbanismo que, segundo o ministro Jader Filho, "garantem que os novos empreendimentos atendam às necessidades de infraestrutura e mobilidade".

Além disso, o governo pretende monitorar de perto a taxa de inadimplência. Um estudo preliminar da Abrainc indica que, nos últimos três anos, a inadimplência em financiamentos acima de R$ 1 milhão ficou em torno de 3,2%, número que deverá ser mantido ou reduzido com a nova política de juros.

Resumo dos principais pontos

Resumo dos principais pontos

  • Teto máximo de financiamento: R$ 2,25 milhões;
  • Financiamento de até 80% do valor do imóvel pela Caixa;
  • Limite de juros: 12% ao ano;
  • Meta de R$ 111 bilhões em novos créditos a partir de 2027;
  • Previsão de 80 mil unidades habitacionais financiadas em 2026.

Perguntas Frequentes

Quem pode se beneficiar do novo crédito imobiliário?

Famílias com renda mensal entre R$ 12 mil e R$ 20 mil que desejam adquirir imóvel com valor de até R$ 2,25 milhões. O programa exclui quem já possui financiamento ativo ou que não atenda ao critério de renda.

Qual é a taxa de juros máxima permitida?

O teto foi fixado em 12% ao ano, sem acréscimo da Taxa Referencial (TR). As instituições devem alinhar suas ofertas a esse limite, o que traz mais previsibilidade ao comprador.

Como a medida afeta a poupança?

Ao liberar parte dos depósitos compulsórios do Banco Central, o governo transforma recursos que antes estavam “parados” em crédito habitacional. Isso deve reativar a poupança como fonte de financiamento, embora o impacto dependa da confiança dos correntistas.

Qual o volume esperado de novos financiamentos?

O Conselho Monetário Nacional projeta cerca de R$ 111 bilhões em novos créditos a partir de 2027. Em 2026, a Caixa pretende financiar aproximadamente 80 mil imóveis, o que já representa um salto significativo em relação aos anos anteriores.

Quais são os principais desafios para a implementação?

Manter a liquidez dos bancos, controlar a inadimplência e garantir que as prefeituras simplifiquem a liberação de licenças são os gargalos apontados pelos especialistas. Além disso, será crucial observar se a taxa de juros fixa de 12% atrai suficientemente o público-alvo.

2 Comentários

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    Anderson Rocha

    outubro 12, 2025 AT 04:03

    É impossível não sentir o peso histórico desse anúncio; o Brasil parece estar acordando para uma nova era de moradia, ainda que os detalhes ainda estejam se desenrolando nas sombras da burocracia.

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    Vania Rodrigues

    outubro 12, 2025 AT 15:10

    Esse suposto “salto” só serve para distrair a população enquanto os verdadeiros problemas do país continuam ignorados 😒.

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