Marcha Atlética: guia completo para iniciantes e fãs
A marcha atlética costuma ser confundida com uma simples caminhada, mas é muito mais exigente. São atletas que mantêm um pé sempre em contato com o solo e a perna que avança precisa ficar reta até passar da linha de apoio. Isso gera um ritmo rápido, quase de corrida, mas com técnica específica que desafia força, resistência e disciplina.
Originada no século XIX como parte das Olimpíadas, a marcha ganhou espaço nos jogos regionais e mundiais. Hoje, provas de 10 km, 20 km e até 50 km são disputadas em estádios, ruas e circuitos planejados. O Brasil tem se destacado em competições sul-americanas, com nomes como Caio Bonfim e Érica de Sena que inspiram novos atletas.
Regras básicas e modalidades
O regulamento da IAAF (agora World Athletics) estabelece duas exigências principais: o contato constante com o solo e a perna reta a partir do instante de apoio. Juízes posicionam-se ao longo do percurso e avisam os infratores com cartões amarelo, vermelho e, em caso de reincidência, podem desclassificar. A falta de atenção a essas regras costuma ser a razão de eliminação, mesmo em corredores experientes.
As provas variam de acordo com a distância e o ambiente. Nas maratonas de rua, os atletas enfrentam subidas, vento e temperatura, enquanto nas pistas de atletismo o circuito é plano e controlado. Há ainda a categoria de marcha juvenil, com percursos mais curtos, ideal para quem está começando e quer testar a técnica sem se sobrecarregar.
Como treinar e se preparar
Treinar marcha atlética exige combinar corrida, técnica e força. A maioria dos programas inclui sessões de caminhada rápida, exercícios de postura (como elevação de joelhos e fortalecimento de quadríceps) e trabalhos de flexibilidade para evitar lesões. Não subestime o papel dos alongamentos: a perna reta exige mobilidade nos tornozelos e quadris.
Alimentação e descanso são tão importantes quanto a prática. Carboidratos de absorção lenta mantêm a energia para provas longas, enquanto a hidratação regular evita cãibras. Dormir ao menos 7–8 horas por noite ajuda na recuperação muscular e na concentração, essencial para manter a técnica correta durante todo o percurso.
Quando for competir, chegue cedo ao local, faça um aquecimento leve e revise a postura diante dos juízes. Atenção ao ritmo: começar muito rápido pode levar à fadiga precoce e erros de técnica. Use o relógio ou o smartwatch para monitorar a frequência cardíaca e garantir que está dentro da zona ideal.
Se ainda não tem acesso a um clube ou treinador, procure grupos de marcha nas redes sociais. Muitos atletas amadores compartilham rotas, dicas de equipamentos (tênis leves e flexíveis) e até organizam treinos em grupo, tornando o aprendizado mais dinâmico e motivador.
Agora que você já conhece as regras, as modalidades e como treinar, é hora de colocar o pé no chão e experimentar. Seja para competir ou apenas curtir uma caminhada diferente, a marcha atlética oferece um desafio único que combina resistência, técnica e disciplina. Boa marcha!
Caio Bonfim conquista ouro nos 20 km e vira o brasileiro mais medalhado em Mundiais
Caio Bonfim venceu os 20 km da marcha atlética no Mundial de Tóquio, com 1h18min35s, e se tornou o brasileiro mais medalhado na história dos Mundiais, agora com quatro pódios. O ouro veio uma semana após a prata nos 35 km. O pódio teve Zhaozhao Wang (prata) e Paul McGrath (bronze). Ele ainda brincou que perdeu a aliança no km 3 e “só seria perdoado” em casa se ganhasse a prova.
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