Viviane Araujo domina o octógono no UFC 309
No eletrizante evento UFC 309, realizado no icônico Madison Square Garden em Nova York, duas brasileiras se enfrentaram em uma dura e sangrenta batalha que deixou os espectadores sem fôlego. Viviane Araujo, ranqueada em 9º na divisão dos pesos-moscas, enfrentou Karine Silva, que ocupava a 11ª posição e era conhecida por seu histórico impressionante de 17 finalizações nas 18 vitórias antes do confronto. Foi uma luta marcada pela determinação, estratégia e uma exibição de resistência física e mental de ambas as atletas.
Estrategia inicial e dinâmica da luta
Desde o soar do gongo, Karine Silva mostrou suas intenções de dominar a luta, partindo para cima de Araujo com uma agressividade notável. Silva, reconhecida por seu poderio, buscava encurtar a distância e levar a luta para onde sabia ter vantagem — o clinch e o combate no chão. Entretanto, Araujo estava preparada e, com movimentações rápidas e eficientes, conseguiu evitar o temível direto de direita de Silva, circulando inteligentemente pelo octógono.
No primeiro round, apesar de Silva ter conseguido conectar alguns golpes contundentes, que chegaram a balançar Araujo, essa rapidamente se recompôs e continuou na batalha. A luta seguiu em um ritmo frenético, com Araujo usando suas habilidades de boxe para contornar as investidas da oponente, enquanto Silva tentava, a todo custo, levar a luta para sua zona de conforto. A técnica e a precisão de Araujo foram elementos críticos que definiram a narrativa do combate a seu favor.
Desenvolvimento e viradas no combate
A segunda rodada apresentou uma mudança significativa no cenário da luta. Karine Silva conseguiu derrubar Araujo, ficando em posição superior de guarda. Nesse momento, Araujo demonstrou sua astúcia e capacidade de improvisação ao quase finalizar a adversária com uma chave de braço. Mesmo com Silva escapando ao mudar de posição, a tensão no octógono era palpável. As tentativas de finalizações geraram sequências de tirar o fôlego, que passaram de um d’arce choke para uma defesa impressionante de Araujo, que parecia estar sempre um passo a frente nas negociações do combate.
A estratégia de Araujo no chão se mostrou eficaz, mas ela também sabia a hora certa de levantar e manter a luta em pé, onde se sentia mais confortável. O round culminou com movimentações rápidas e precisas, onde Araujo foi se destacando não apenas por sua capacidade defensiva, mas por sua agressividade controlada, que aos poucos desgastava a resistência de Silva. O público, intensamente envolvido, acompanhava cada segundo com entusiasmo enquanto as lutadoras trocavam golpes e estratégia.
Último round e decisão
No terceiro e decisivo round, a exaustão começava a mostrar suas garras em Karine Silva, enquanto Araujo preservava uma postura mais energizada, pronta para capitalizar sobre qualquer erro da oponente. Tentando reverter o quadro, Silva insistiu nos chutes frontais, contudo, Araujo aproveitou o momento para derrubar Silva após uma das tentativas mal calculadas.
A essência do último round foi marcada pela resiliência e talento estratégico de Araujo, que alternou entre pressão e defesa de maneira eficaz. Com Silva visivelmente cansada, Araujo conseguiu manejar a luta, misturando chutes baixos e evitando a aproximação excessiva da adversária, frustrando as tentativas de derrubada por parte de Silva, que se via incapaz de virar o resultado inesperado. Nos segundos finais, Araujo ainda proporcionou um lance ousado, tentando um arremesso antes do soar do gongo final.
Ao anunciar o resultado, o júri deu a vitória a Viviane Araujo por decisão unânime (29-28, 29-28, 29-28), uma recompensa justa para o esforço tático e a garra demonstrada. Esta vitória não só consolidou a posição de Araujo dentro do ranking, mas também reafirmou seu lugar como uma adversária temível e uma potencial desafiante ao topo da divisão dos pesos-moscas na comunidade MMA, acrescentando mais um capítulo emocionante à sua carreira promissora.