Quando Brian Jackson, multi-instrumentista e produtor nascido em Nova Iorque, anunciou o álbum Of Corners & Bridges, o mundo da música popular brasileira ganhou um novo motivo de celebração. O tributo chega via Selo Sesc e homenageia o ícone da MPB Milton Nascimento, 82 anos, conhecido carinhosamente como Bituca. Gravado no mesmo estúdio onde Nascimento compôs muitos de seus clássicos, o disco promete levar a sonoridade de "Coração” a ouvintes de todas as latitudes.
Um encontro de gerações: a história por trás da parceria
A conexão de Jackson com a música brasileira remonta a 1972, quando, ainda emergindo como parte da dupla Gil Scott‑Heron, ouviu o álbum "Native Dancer" de Wayne Shorter e se apaixonou pela voz de Nascimento. Desde então, o americano cultivou um vínculo profundo, colaborando ao longo das décadas com artistas como Airto Moreira e Mano Brown. A ideia de um álbum‑homenagem nasceu durante uma visita ao Brasil em 2015, onde Jackson teve a oportunidade de mergulhar nas raízes da MPB e reconhecer Nascimento como a personificação da cultura musical do país.
Detalhes de "Of Corners & Bridges"
São doze faixas que reinterpretam os maiores sucessos de Nascimento, ora através do jazz, ora do funk e do soul. Cada música foi pensada como uma ponte – "corners" (esquinas) que unem diferentes mundos sonoros, e "bridges" (pontes) que cruzam fronteiras. O ponto alto, segundo o próprio produtor, é a faixa "Viola, Violar", onde Nascimento participa ao vivo ao lado de Jackson, criando um diálogo direto entre duas gerações.
O disco foi gravado na Estúdio Emicida, em São Paulo, local onde Bituca gravou obras como "Coração" e "Clube da Esquina". Esta escolha não foi ao acaso; Jackson quis captar a mesma energia que reverbera nas paredes que testemunharam a história da MPB.
Colaborações brasileiras: da percussão ao violino
Entre os nomes que responderam ao convite de Jackson estão Paulo Santos Uakti, mestre do violino e dos instrumentos de percussão da família Uakti, e Ivan Conti, baterista lendário do grupo Azymuth. Também participam Alberto Continentino, tecladista da Bossa Nova contemporânea, e o saxofonista Nivaldo Ornelas. Cada artista trouxe seu timbre único, resultando em camadas de som que lembram um mosaico cultural.
Além dos músicos brasileiros, o projeto conta com figuras internacionais como o violoncelista Charnett Moffett e o vocalista Gregory Porter, reforçando a ideia de que a música de Nascimento transcende fronteiras.

Reações da imprensa e dos fãs
Criticos de revistas especializadas elogiaram a capacidade de Jackson de preservar a essência melódica de Nascimento ao mesmo tempo que insere elementos modernos. O jornal "O Globo" destacou que o álbum "não é mera réplica, mas um novo discurso que honra a tradição enquanto abraça a experimentação". Nas redes sociais, fãs brasileiros expressaram surpresa ao ver o nome de Nascimento ao lado de lendas do hip‑hop americano, citando a faixa "Três Pontos" como um exemplo perfeito de fusão.
Mesmo artistas da cena brasileira, como Gilberto Gil, comentaram que o projeto reforça a importância da música como linguagem universal. "Quando alguém de Nova Iorque sente o mesmo que nós sentimos ao ouvir ‘Coração’, isso é prova de que a arte rompe muros", escreveu Gil em seu Instagram.
O futuro de Brian Jackson
Enquanto "Of Corners & Bridges" ganha as vitórias das playlists, Jackson já prepara o próximo passo: Now More Than Ever, previsto para o outono de 2025. O futuro álbum será produzido pelos lendários Masters at Work (Louie Vega e Kenny Dope) e contará com participações de Black Thought, Lisa Fischer e Moodymann. O comentário de Jackson – "Essa música não é realmente minha. Eu aprendi com quem veio antes de mim. É meu dever passar adiante" – reverbera como um mantra para suas próximas criações.
Por que este tributo importa?
Além de celebrar a carreira de Nascimento, o álbum funciona como ponte cultural que incentiva músicos de diferentes nacionalidades a dialogarem. Em um momento em que a globalização musical pode diluir identidades regionais, "Of Corners & Bridges" demonstra que a troca saudável preserva a riqueza das tradições. Para o público brasileiro, o projeto reforça o orgulho da MPB no cenário internacional; para o público americano, abre portas para uma sonoridade que, até então, permanecia nas margens.

Perguntas Frequentes
Como o álbum impacta a carreira de Milton Nascimento?
A homenagem traz nova visibilidade para o repertório de Bituca, especialmente entre ouvintes de jazz e hip‑hop nos EUA. O streaming de suas músicas aumentou cerca de 18% nas duas semanas seguintes ao lançamento, mostrando que o público internacional está redescobrindo suas composições.
Quem são os principais colaboradores brasileiros no projeto?
Participam Paulo Santos Uakti (violino e percussão), Ivan Conti (bateria), Alberto Continentino (teclados) e Nivaldo Ornelas (saxofone). Cada um trouxe seu estilo único, reforçando a diversidade sonora da MPB.
Qual a importância do Selo Sesc nesse lançamento?
O Selo Sesc, braço cultural da rede de centros sociais do Brasil, tem se destacado por apoiar projetos que cruzam fronteiras. Ao lançar o álbum, garante distribuição digital nacional e internacional, além de promover eventos ao vivo que celebram a colaboração entre artistas.
O que esperar do próximo álbum de Brian Jackson?
"Now More Than Ever" contará com a produção dos Masters at Work e terá participações de ícones do rap, soul e house. O álbum deverá explorar ainda mais a fusão entre ritmos afro‑americanos e brasileiros, reforçando a missão de Jackson de conectar culturas.
Como a comunidade musical brasileira recebeu o projeto?
De forma majoritariamente positiva. Artistas como Gilberto Gil e Caetano Veloso elogiaram a autenticidade da produção, enquanto críticos destacaram a relevância de um artista estrangeiro que entende e respeita a essência da música brasileira.
Andreza Tibana
outubro 3, 2025 AT 03:56Esse tal de Brian Jackson parece que só sabe fazer barulho pra chamar atenção, né? O som ficou meio forçado, como se um gringo tentando ser brasileiro só querendo aparecer. Tô achando que era mais propaganda do que homenagem de verdade.
Elisa Santana
outubro 3, 2025 AT 05:20Oi, calma aí! Não é só barulho, tem muito carinho nesse projeto. Eles realmente estudaram a fundo a música do Bituca e trazem uma perspectiva nova, vale a pena ouvir com atenção.
Marcus Sohlberg
outubro 3, 2025 AT 06:43Pra quem não percebe, esse álbum é só mais um plano secreto da indústria para vender jazz americano como MPB. Parece até que eles inseriram microcódigos nas faixas pra manipular a galera nas playlists. Faz sentido?