Operação policial na HYBE acende alerta em meio a investigações de fraude
Pouca gente esperava ver a sede da HYBE, gigante do K-pop e ‘casa’ do BTS, envolvida em uma operação policial, mas foi exatamente isso que aconteceu em Seul. Na manhã de quinta-feira (24/07), investigadores do departamento de crimes financeiros cercaram o prédio moderno que abriga a empresa, em busca de provas de uma suposta fraude bilionária. O pivô do escândalo? Bang Si-hyuk, fundador e estrategista por trás do fenômeno global BTS.
Segundo as autoridades, as suspeitas são sérias: Bang teria montado um esquema sofisticado para enganar investidores iniciais, lucrando entre US$ 146 milhões e US$ 292,7 milhões. As investigações apontam que, em 2019, ele teria convencido acionistas a vender papéis da empresa para fundos de private equity, sem revelar que um grande plano de listagem pública (o aguardado IPO) estava por vir no ano seguinte. A acusação sustenta que isso proporcionou ganhos ocultos às custas de informações privilegiadas — estratégia arriscada, mas, ao que parece, muito bem planejada.
O mandado de busca e apreensão, autorizado pelo Tribunal Distrital do Sul de Seul na quarta (23/07), marcou a primeira ação judicial realmente firme até aqui. Vale lembrar que outros dois pedidos semelhantes já tinham sido negados anteriormente, o que só aumentou o clima de tensão nos bastidores do K-pop. Desta vez, com a apresentação de novas evidências pela Comissão de Valores Mobiliários da Coreia do Sul, o processo avançou e ganhou todos os holofotes da mídia e do mercado financeiro.
De acordo com a HYBE, tudo não passa de um mal-entendido. A empresa garante que seguiu à risca todas as exigências legais na época do IPO e promete cooperar com os investigadores. Entre portas fechadas, o discurso é de tranquilidade, mas quem acompanha o setor sabe que qualquer instabilidade jurídica abala não só a empresa, mas também o próprio BTS. Isso porque o grupo está ‘em pausa’ enquanto seus integrantes cumprem serviço militar obrigatório, com o retorno previsto para 2026 — um marco aguardado pelos fãs no mundo todo.

As consequências podem ir além do universo K-pop
Nunca é só sobre negócios, ainda mais quando se fala do HYBE e do BTS. O caso explode em um momento delicado: em julho, a Comissão de Valores Mobiliários protocolou uma denúncia criminal formal (em 16/07), o que acelerou o inquérito e expôs ainda mais o legado do fundador Bang Si-hyuk ao escrutínio público. Vale lembrar: ele é considerado por muitos um ‘gênio do entretenimento’ e o responsável por transformar o BTS em sucesso planetário. Agora, encara o risco real de enfrentar prisão caso a Justiça aceite as acusações.
Internamente, a HYBE já está se movimentando para blindar o planejamento do grupo. Nos bastidores, os preparativos para um novo álbum e uma turnê global a partir de 2026 seguem firmes, mas investidores não escondem a ansiedade. Bastou a notícia da operação policial para as ações da empresa oscilarem rapidamente na bolsa sul-coreana. A incerteza também impacta outras empresas do setor, que observam atentamente possíveis efeitos cascata.
O radar agora aponta para os próximos passos da investigação. Se as suspeitas forem confirmadas, pode vir uma reviravolta não só para a HYBE, mas para todo o ecossistema do K-pop, cada vez mais internacionalizado. O episódio coloca luz sobre práticas empresariais neste universo, mostrando que nem mesmo as maiores estrelas estão imunes a questionamentos sérios e consequências na Justiça.